Resenha filme ponto de mutação
O filme apresentado foi baseado no livro de mesmo título de Fritjof Capra. Nele conta sobre Jack, um político estadunidense, que após perder as eleições procura seu amigo Thomas, um poeta que mora na França. Durante um passeio, já na França, os dois encontram Sara, uma cientista, e, a partir disso, os três passam o dia expondo o ponto de vista de cada um a respeito de questões existenciais. A discussão inicia-se sobre como a criação do relógio mecânico influenciou a relação entre o homem e a natureza. Sara critica a visão mecanicista concebida por Descartes, em que a natureza torna-se um relógio. E, com a adoção dessa concepção pelo mundo, tudo passa a ser visto como máquina, na qual as coisas estão dispostas independentemente, podendo ser montadas, agrupadas ou separadas. Para a cientista, a teoria do cientificismo, a visão de Descartes, tornou-se insuficiente, incompleta e que é necessário encontrar uma nova forma de enxergar os acontecimentos. Ela sugere que se veja a realidade como um sistema integrado, um organismo e não de forma fragmentada. Afirma que não é possível olhar para problemas globais e tentar resolvê-los isoladamente. A visão mecanicista vê cada problema separadamente e o soluciona ao “consertar” a peça com defeito. Porém, rejeita a ideia de que as demais peças estão atreladas com a outra defeituosa. E dessa forma não corrige o todo e aquela peça voltará a quebrar. Como uma fala de Sara: “mudam-se os problemas de lugar, mas não os resolvem”. Essa perspectiva não encoraja uma prevenção, entretanto, apenas uma intervenção. Para exemplificar seu ponto de vista, Sara cita o Brasil que para pagar sua dívida externa desmata a Amazônia e gera inúmeras consequências, com o intuito de mostrar que todos fazem parte de uma teia inseparável de conexão, se afastando da ótica do reducionismo admitida por Descartes. Também alega que, ao contrário do pensamento comum, todos são responsáveis pelas consequências de suas ações e