Resenha do texto "As mil e uma noites polifônicas " de André Dias
Inicialmente o autor fala de suas experiências literárias quando criança e suas descobertas depois de adulto. Relembra as histórias que lhes eram contadas e desenhos animados que assistia na TV. O autor conclui que as histórias sempre mostravam a luta contra o “mal” e o final feliz com mocinhas indefesas. Relembra que no carnaval as suas imaginações tomavam corpo e forma.
Destaca que quase trinta anos depois teve um novo encontro com as histórias d’As mil e uma noites, mas desta vez, com novas traduções. O autor relata, para sua alegria e satisfação, que a partir de 2005 chegava pela primeira vez no Brasil uma tradução dos contos de Sahrazad feitas diretamente do árabe para nossa língua pelo empreendimento de Mamede Mustafá Jarouche. Isso o aproximou mais efetivamente desta cultura rica e diversa.
Ele afirma que o desenvolvimento dessas idéias evitou o exagero do exotismo e zelou pela busca de significações que revelassem a atualidade das narrativas d’As mil e uma noites. Apresenta também os resultados das inquietações geradas ao longo do novo processo de leitura instaurado no presente que já nasce fadado a se transformar em passado.
O autor começa por definir literatura dentro do contexto das narrativas d’As mil e uma noites, dizendo que é mais um discurso sobre o real e como tal, não se restringe somente ao texto escrito, mas a uma representação gráfica empobrecida da linguagem oral, tendo em vista que todos os contos encontrados vêm da tradição oral de narrar e só muito tempo depois é que foram escritos.
André Dias diz que é importante em qualquer discurso ter em conta quem fala, saber para quem se fala e de que local cada sujeito do discurso está falando.
Os contos que constituem As mil e uma noites possuem um caráter polifônico- que expressa o discurso de múltiplas vozes- são identificadas pelo menos três que assumem o papel de narradores da obra.
A primeira destas