Resenha do Livro A Clínica como Exercício Ético dos Encontros Afetivos- Jadir Lessa

1179 palavras 5 páginas
Resenha do Livro A Clínica como Exercício Ético dos Encontros Afetivos

LESSA, Jadir Machado. A Clínica como Exercício Ético dos Encontros Afetivos. São Luís: EDUFMA, 2014. p.104

Na introdução o autor indica a proposta do livro, que seria investigar os pressupostos teóricos do processo de aprisionamento – associado à moral – e de libertação – associado à ética – do homem na experiência clínica. O autor faz uma distinção entre moral e ética segundo as críticas que os estóicos fazem ao platonismo e de Spinoza ao racionalismo moral, utilizando assim Deleuze. O cristianismo sendo a doutrina dominante institui o racionalismo moral onde a vergonha, a culpa e o ressentimento são alicerces da cultura ocidental. O método proposto por Descartes (1978), onde o homem constrói uma relação de causa e efeito nas suas relações acaba implicando em uma sensação de controle dos mesmos sobre as situações. Quando isso não acontece, o homem experimenta um sentimento de frustração. Já Deleuze ensina a singularidade como neutra, o que tira a ilusão de controle do homem racional. Ele substitui essa relação causa-efeito pela multiplicidade de sentidos dos acontecimentos.
Lessa segue dizendo que a reversão feita pelos estóicos do platonismo coloca o corpo como causa, e nunca como efeito de outro corpo. O corpo quando age é uma causa ativa e quando padece é uma causa passiva. Nesse sentido, os estóicos defendem uma ética que valoriza os acontecimentos enquanto efeito do encontro dos corpos, e não dos corpos em si. Sob essa perspectiva ocorre a recusa de julgar os comportamentos estando sobre o julgo de valores transcendentes. O julgamento é deslocado das autoridades morais para o próprio homem.
No capítulo um o autor aborda a questão da essência e do sentido. Quando Platão se interroga sobre a essência, isso pressupõe algo pronto e acabado. Mas quando os estóicos procuram pelo sentido, isso implica em movimento, transformação, admitindo a multiplicidade de sentidos. Deleuze

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