Resenha do livro : mitos e desafios
O exercício de qualquer profissão exige de sua operadora competência o que inclui o transito e domínio de seus instrumentos de trabalho, bem como os limites e possibilidades de sua ação profissional. Contudo, a competência técnica não exclui a competência política ( Competência política consiste basicamente em servir da melhor maneira possível as necessidades e anseios de um grupo ou sociedade ) , necessária para entender a conjuntura ( Conjunto de elementos que constituem uma solução (ou um problema) presente .). O que se questiona neste breve espaço é o raciocínio reducionista ( pensamento com base na teoria filosófica de que fenômenos, teorias e significados complexos podem ser sempre reduzidos, a fim de explicá-los, a suas partes constituintes mais simples ) que transforma os operadores judiciários em simples práticos do sistema, acríticos, tarefeiros solícitos de interesses individuais e de grupos sociais. Além de saberem as suas ferramentas, o que podem usar na sua produção, como instrumentos de realização, os operadores judiciários tem de saber utilizá-las da melhor maneira possível, de forma a satisfazer a todos, e não só pequenos grupos. Tem de saber como usá-las no ato de diagnosticar problemas e solucioná-los. Entretanto, com este PENSAMENTO REDUCIONISTA, onde qualquer complexidade se explica por formas simples e substanciais, ou seja, apenas superficialmente, os operadores jurídicos acabam sendo simplistas demais, de forma a não serem críticos nem formar opiniões mais elaboradas. Apenas atendendo ao que exigem dele, sem demonstrar interesse em valorizar interesses também maiores, e não só de quem o solicita. O primeiro mito, considerando um mal crônico dentro dos cursos jurídicos, é "perceber-se" o sistema normativo como fechado, desligado do sistema político-social e,de modo especial, dos interesses subjacentes que perpassam todo o aparato jurídico. Dito