Resenha do livro formação economica do brasil
ECONOMIA DE TRANSIÇÃO PARA O TRABALHO ASSALARIADO SÉCULO XIX
16. O MARANHÃO E A FALSA EUFORIA DO FIM DA ÉPOCA COLONIAL
O último quartel do século XVIII constitui uma nova etapa de dificuldades para a colônia. As exportações, que em torno de 1760 se haviam aproximado de 5 milhões de libras, pouco excedem em média, nos últimos 25 anos do século, os 3 milhões. O açúcar enfrenta novas dificuldades e o valor total de suas vendas desce a níveis tão baixos como não se havia conhecido nos dois séculos anteriores. As exportações de ouro, durante esse período, promediaram pouco mais de meio milhão de libras. Enquanto isso a população havia subido a algo mais de 3 milhões de habitantes. A renda per capita, ao terminar o século, provavelmente não seria superior a cinqüenta dólares de poder aquisitivo atual – admitida uma população livre de 2 milhões –, sendo esse provavelmente o nível de renda mais baixo que haja conhecido o Brasil em todo o período colonial.
Observada em conjunto, a economia brasileira se apresenta como uma constelação de sistemas em que alguns se articulavam entre si e outros permaneciam praticamente isolados. As articulações se operavam em torno de dois pólos: as economias do açúcar e do ouro. Articulada ao núcleo açucareiro, se bem que de forma cada vez mais frouxa, estava a pecuária nordestina.
Em 1789 entrou em colapso a grande colônia açucareira francesa que era o Haiti. Nesse pequeno território estavam concentrados quase meio milhão de escravos que se revoltaram e destruíam grande parte da riqueza ali acumulada, modificando a situação do mercado do açúcar. Abre-se, assim, para a região açucareira do Brasil, nova etapa de prosperidade. O valor das exportações de açúcar, com efeito, mais que duplica na etapa das guerras napoleônicas. A atividade industrial na Inglaterra é intensa durante esses anos de guerra, e a procura de algodão cresce fortemente. Seguindo o Maranhão, o Nordeste dedica recursos à produção desse artigo. As