Resenha do livro encontro marcado com a locura
Encontro Marcado com a Loucura
A autora propõe uma reflexão sobre o lugar da loucura e do louco na nossa sociedade atual e sua evolução na história, além do relato de uma experiência com alunos do 4º ano de Psicologia em Hospital Psiquiátrico, suas expectativas, os trabalhos desenvolvidos e as relações estabelecidas.
Com a leitura do livro e com o inicio da nossa experiência no hospital pude perceber que a loucura causa grande medo e pavor na sociedade, o que leva a exclusão do louco, e isto ocorre de forma intensa hoje também, a pessoa com transtornos ou psicopatologias é muitas vezes retirada do convívio social, apesar de grandes esforços para a inclusão no trabalho e na sociedade de muitos.
Cociuffo aponta três concepções de loucura, que foram geradas no decorrer da história e ainda convivem bem nos dias atuais, de acordo com seu contexto de aplicação. A primeira é a concepção mítico religiosa, que define a loucura como possessão diabólica ou castigo dos deuses, a segunda é a concepção psicológica que teve sua base em Freud e que acredita nos conflitos passionais do homem na concepção da loucura. A última é a organicista, que concebe a loucura como doença orgânica, do cérebro, a doença mental seria para esta visão alterações orgânicas.
Pode-se dizer que um marco no tratamento das doenças mentais e principalmente na Psiquiatria foi o avanço da psicofarmacologia, que trouxe a liberdade que a doença mental impedia, com os neurolépticos e antidepressivos os sintomas passam a ser controlados e as pessoas podem ter contato com social e com o trabalho, mas o que estes medicamentos não trazem é modificação da representação do paciente psiquiátrico pela sociedade levando-o a permanecer excluído até os dias atuais.
Paralelamente ocorre o nascimento e desenvolvimento da Psicanálise que propõe outra concepção de loucura e de tratamento desta. Propõe uma reflexão a partir da fala dos pacientes, e focando os conflitos inconscientes e não a cura