Resenha do livro "101 dias em Bagdá"
Asne Seierstad (jornalista norueguesa) esteve no Iraque em 2003, antes e depois do conflito na ditadura de Saddam Hussein. Antes do conflito, a jornalista encontrou uma população que evitava dar entrevistas por medo da repressão do governo de Saddam Hussein. Com os bombardeios que aconteceram sobre a cidade, vieram dias de medo e privação. A partir do que vivenciou e dos depoimentos de vários iraquianos, Asne dá a sua perspectiva sobre a guerra no livro “101 dias em Bagdá”, que é uma crônica da sua experiência. “A primeira coisa que vi foi a luz. Penetrou-me pelas pálpebras, abriu caminho pelo sono com carícias e deslizou até o sonho. Não era como a luz da manhã que eu costumava ver, não era branca e fresca, mas sim dourada. Com os olhos entreabertos em frente a uma janela com grandes cortinas de tule, entrevejo as poltronas estampadas, uma mesa bamba, um espelho e um armário. Há um esboço mal pintado na parede de um bazar no qual sombras de mulheres com grandes xales pretos deslizam pelas ruelas lúgubres. Estou em Bagdá!”, é assim que a jornalista descreve a sua chegada.
Os 101 dias relatados pela escritora foram dias de pânico, destruições, silêncio e expectativas. Faltaram serviços essenciais como água, comunicação, energia, além de alimentos para a população. Para exercer o trabalho de correspondente, ela precisou driblar a segurança de Saddam Hussein e desenvolver suas próprias habilidades para conseguir informações a serem transmitidas ao exterior. Não foram poucas as oportunidades que precisou se proteger dos bombardeios americanos, e até mesmo na hora de transmitir as notícias em horários definidos pelas redes de televisão, descumpriu recomendações de segurança.
Essa experiência teve uma influência importante de três personagens: Zahra, uma mulher que teve três filhos; Uday al-Tay, um ineficiente homem que era responsável por jornalistas internacionais; Aliya, a intérprete e