Resenha do filme A Queda
Resenha sobre o filme “A Queda - As Últimas Horas de Hitler”, de Oliver Hirschbiegel
“A Queda” já ganha pontos pelo seu diferencial aos filmes hollywoodianos, devido ao fato de não demonizar Adolf Hitler, mas sim, revelar uma certa humanidade dentro dele.
O filme mostra o ditador como um ser contraditório: afável com seus civis, gosta de animais e atencioso com sua concubida, Eva Braun, e ao mesmo tempo, megalomaníaco, cruel e paranoico.
Além de abordar os últimos dias do Führer em seu esconderijo, a primeira produção alemã na história do cinema a apresentar um ator alemão no papel do ditador revela todos os tipos de emoções e comportamentos daqueles que estão próximos ao poder. Desde a fidelidade cega de Goebbels, acreditando até o fim que Hitler poderia conseguir se salvar, até os desesperados que não estão mais dispostos a morrer por uma utopia.
O filme retrata o que documentários e livros tentam reproduzir à décadas: um governante descontrolado, comandando, em mapas, tropas que já foram dizimadas, arquitetando planos impraticáveis, enfurecido com conspiradores inexistentes, disposto a sacrificar milhões de vidas no lugar do rendimento.
A personalidade e a aura de poder do Führer eram tão fortes, que ficam evidentes os motivos aos quais tantos aderiram aos seus ideias e seguiram-no até tão longe, vide uma das testemunhas, a secretária Traudl Junge, que vivenciou aqueles dias.
Como que um só indivíduo foi capaz de unificar um povo inteiro num delírio imperial?
Muitos sabiam que seus projetos eram impraticáveis, muitos tentaram abandonar o barco quando este começou a naufragar, muitos civis morreram sem jamais poder escolher entre a vida ou a morte. Não há dúvidas de que Hitler não possuía o apoio incondicional de todas as pessoas, nem mesmo de membros das estruturas de poder.
“A Queda” é um dos filmes que merece ser visto muito mais por causa das grandes lições que encerra. Exemplos de crueldades que não podem ser