Resenha do filme A Missão, de Roland Joffé
“Os acontecimentos desta história são verdadeiros e ocorreram nas fronteiras da Argentina, Paraguai e Brasil no ano de 1750” é a frase que inicia o filme A Missão, de Roland Joffé. O filme aborda num tom realista um fato relacionado a história da colonização da América do Sul pelos espanhóis e portugueses no século 18, mostrando a Igreja Católica e suas missões jesuítas naquele período.
Roland Joffé é um cineasta franco-britânico de origem judaica. Estudou teatro e inglês na Universidade de Manchester. Depois de se graduar, em meados da década de 1960, Joffé fundou o Young Vic Theatre, onde dirigiu várias produções no início de sua companhia teatral. Foi mais jovem diretor a trabalhar no National Theatre de Londres, Joffé migrou para a televisão no início dos anos 1970. Mais tarde viria a ganhar grande prestígio também dirigindo vários episódios de teleteatro. Em 1977, Joffé foi contratado pela BBC para dirigir a peça The Spongers, recebeu vários prêmios, incluindo o prestigioso Prix Italia.
Numa das cenas iniciais, vemos um grupo de índios jogando num rio um corpo de um padre amarrado numa cruz. Isso já simboliza o tema principal: A civilização dos índios da América do Sul através do cristianismo. Se por um lado, isso foi um meio de um grupo tentar defender esse povo da colonização, por outro pode se julgar o quão ruim isso foi para a cultura dos índios, que foram obrigados a abandonar seus ritos e suas tradições em troca do que o cristianismo chamava de civilidade. Isto foi imposto pelos colonizadores espanhóis e portugueses, que devastavam as terras indígenas e escravizavam os índios. O filme A Missão relata através da história da Missão de São Carlos comandada pelo Padre Gabriel (Jeremy Irons), a colonização desenfreada da América do Sul. Podemos ver que o filme retrata de forma bastante clara a discriminação que os índios sofriam dos colonizadores, que os tratavam como animais selvagens. Percebemos também a escravidão que