Resenha do Filme Tempos Modernos
O relógio foi a primeira máquina automática que conseguiu adquirir uma função social, tornando possível a regulamentação e arregimentação da vida dos homens, condições necessárias para assegurar o funcionamento de um sistema baseado na exploração. O apito da fábrica é o despertador de controle do tempo dos senhores dos relógios (patrões) imposto aos seus funcionários, afinal, segundo a ideologia capitalista, “Tempo é dinheiro” e o “marcador do tempo” é um dos mais importantes entre os novos funcionários criados pelo sistema. Com o objetivo de aumentar os lucros e reduzir despesas, a inovação técnica e organizacional da produção e do processo de trabalho foi fundamental para o modelo taylorista- fordista, mais conhecido como modo de produção em massa. Os operários se tornaram apenas apêndices do sistema de máquinas, uma mera engrenagem, com um trabalho fragmentado e simplificado, ciclos operatórios muito curtos, que requerem pouco tempo para formação e treinamento de trabalhadores e que possibilitam, deste modo, a integração na produção capitalista de operários de massa e pessoas simples da plebe, sem grande formação educacional. Todos esses fatores favorecem o desenvolvimento de um imenso exército de reserva a favor do sistema. Essa radical separação entre a concepção e a execução de um produto, limitando a participação do operário na produção, a execução das atividades no ritmo da máquina - linha de montagem acoplada à esteira rolante para evitar o deslocamento dos trabalhadores e, consequentemente, manter um fluxo contínuo e progressivo das peças - são ferramentas para reduzir o tempo morto e otimizar a produção. O trabalho como atividade vital passa a ser executado através de uma disciplina rígida com velocidade e ritmo ditados pelo capitalista, ou seja, estabelecidos independentemente do trabalhador. É grande o controle do capital sobre a força de trabalho. É notório no filme que o dono da fábrica