RESENHA DO FILME QUANTO VALE OU É POR QUILO
Questão social e Globalização –FATENE
O filme faz um paralelo entre a sociedade escravocrata e a sociedade contemporânea, que apesar de tanto tempo de evolução possuem muitas semelhança, onde as mazelas, corrupção e discriminação ainda prevalecem o opressor ainda é o mesmo e o que realmente importa é o lucro, independente de como se é conquistado.
Mostra a cruel realidade vivida por escravos que eram explorados, tratados como mercadorias, a banalização da vida humana, a discriminação com os negros e pobres. O filme também trata a realidade de algumas ONGS, financiando ‘soliedariedade’, usando a miséria e tendo como ferramenta o marketing social para obter lucro e desviar verbas, uma organização que tende a articular junto com o governo o superfaturamento de riquezas e a falsa responsabilidade social de algumas empresas que deveriam adotar ações afim de promover o bem estar do seu público.
A população indignada com tais situações vai a luta por garantia de direitos, mas se debate sempre com injustiça social, econômica, onde a questão social era vista sempre como caso de polícia e não de política.
Portanto é perceptível as mesmas atitudes em contextos diferentes. Infelizmente vivemos um momento crítico, a miséria é alarmante, muitos não possuem nem o mínimo para a sobrevivência. Recursos destinados a financiar hospitais, escolas entre outras necessidades primárias são desviados. Muitos faturam em cima da pobreza e ainda hoje o negro é visto como um ser distinto e mesmo com o fim da escravidão, muitos ainda vivem ‘escravizados’ nessa sociedade intolerante e racista.
O descaso do poder público agrava a situação do sistema penitenciário brasileiro, comparado no filme com o Navio Negreiro é incapaz de ressocializar qualquer ser humano. Ainda hoje o poder continua sendo o mais importante e o altruísmo e a garantia de direitos tornaram-se coisas banais.