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LITERAL E FIGURADO
(Fonte: http://www2.uol.com.br/niquel/seletas)
Muitas vezes, flagramos pessoas que não entenderam a piada, que não conseguiram pegar o seu humor, sua graça. Não porque tenha sido sem graça (pode acontecer que sim), mas porque a pessoa não contextualizou uma dada situação. Geralmente, as charges e as tirinhas publicadas em periódicos trazem cenas que necessitam de nossa atualização, isto é, de que estejamos antenados ao que está acontecendo, ou de que tenhamos um certo cabedal cultural para entendê-las. É o caso da tirinha acima, de Fernando Gonsales, em que o seu efeito de humor está centralizado no jogo irônico entre os sentidos literal e figurado. A “cantada” do tamanduá serviu para, literalmente, “comer” a formiga. Isso porque, na sua acepção vulgar, o verbo “comer” liga-se à prática do ato sexual. A “cantada” do tamanduá, aliás, cheia de clichês, lugares comuns, serviu aos seus propósitos, não para saciar seus desejos libidinosos, mas naturais, instintivos, já que esse animal alimenta-se naturalmente de formigas. E, é claro, que, além disso, o leitor tem que ter conhecimentos prévios sobre piadas envolvendo elefante e formiga, para melhor incorporar os sentidos disseminados pela tirinha.
A maioria dos textos jornalísticos, por exemplo, é expressa de forma objetiva, literal, respeitando o sentido “real” dos termos que os compõe, ou seja, aquele que é registrado nos dicionários, já que o que se pretende é passar uma informação de forma clara, concisa, para que seja bem entendida.
Observemos o seguinte texto:
As classes subalternas constituem o setor potencialmente mais dinâmico da estrutura social por sua condição de força de trabalho básica do sistema produtivo, que engloba o contingente tecnicamente mais qualificado das empresas modernas, e o único capacitado a impor suas reivindicações através de greves. Representa, também, o