Resenha do filme Nell

NELL (filme). Diretor: Michael Apted. Produtor: Jodie Foster. 1994. 122min.
Marílya Caldas
O filme Nell (1994) de Michael Apted trata aborda a vida de uma mulher adulta que foi mantida na floresta longe da “civilização” por sua mãe, uma senhora que foi vítima de derrame e acabou afásica. Além disso, a senhora havia sofrido um estupro e, por conta do trauma, resolveu se esconder na floresta. Nell foi criada por sua mãe junto a sua irmã gêmea, que faleceu entre 6 a 10 anos de idade.
O filme começa com o falecimento da mãe de Nell, a personagem principal logo é descoberta pelo Dr. Lovell, que a proporciona cuidados especiais, visto que ela apresentava características diferentes das outras pessoas: Nell possuía um dialeto próprio, seus padrões de comportamento não correspondiam aos comuns e, tal situação, atraiu inúmeras pessoas, desde curiosos, médicos à jornalistas. Nesse momento, a psicóloga Paula entra na trama a fim de estudar o caso inusitado da “selvagem” Nell. Lovell e Paula observam por um determinado momento a rotina de Nell, seus hábitos, costumes, e estudam seu dialeto para então estabelecerem comunicação.
As personagens empenhadas na observação de Nell utilizam métodos diferentes: enquanto Lovell dispõe da observação e experiência, Paula tenta conciliar a observação com aquilo aprendido na academia, com o conhecimento teórico, estabelecendo pré conceitos frente a vida de Nell.
No clímax do filme, a cena em que se discute no tribunal se Nell deveria ficar sob tutela daqueles que a consideravam “selvagem” e “incapaz”, ou sob a responsabilidade de si mesma, Nell se apresenta como uma pessoa madura e autônoma, capaz de decidir por si o que é melhor para si.
Nesse sentido, pode-se analisar o filme sob a ótica antropológica destacando temas como cultura; etnocentrismo; relativismo cultural; endoculturação e trabalho de campo.
Para a antropologia, entende-se cultura como toda forma de expressão humana, manifestações como a religião, linguagem, hábitos,