Resenha do capítulo “Transição do período Vargas (1930-1945): nova percepção do interesse nacional” do livro A História da Política Exterior do Brasil de Amado Cervo & Clodoaldo Bueno

Com a quebra da bolsa de valores de Nova York em 1929, instalou-se uma depressão econômica que atingiu o mundo em escala global. O cenário da crise econômica afetou o Brasil, pois este dependia das potências da época, por ser fornecedor de matéria prima e dependente dos produtos industrializados destas potências, que devido à quebra da bolsa encontravam-se desestabilizadas. Tal acontecimento pode ser apontado como um dos fatores de queda da política oligárquica e da Primeira República, dando espaço à Revolução de 1930, que fez com que Getúlio Vargas assumisse o poder do Estado, inicialmente como Governo Provisório.
Ocorrem dentro do Ministério de Relações Exteriores mudanças e reformas administrativas que buscavam melhoras na preparação do servidor e agilidade no serviço, o Itamaraty neste período revigorou a prática da diplomacia econômica, com a finalidade de encontrar espaço para o comércio brasileiro o país adotou uma política mais liberalizante, a cláusula da nação mais favorecida.
As transformações econômicas, ideológicas e sociais, tornaram perceptíveis para os tomadores de decisão novos interesses nacionais e este atual quadro de interesses nacionais fez com que o Brasil buscasse novas formas de cooperação e barganha.
O Brasil manteve relações com a Alemanha e os Estados Unidos, obtendo aproveitamento lucrativo com a Alemanha, sem se distanciar dos Estados Unidos. O Brasil reconhecia a liderança norte-americana a partir do pan-americanismo. Posteriormente observa-se uma divergência das ideias germânicas e brasileiras e falta de condições do III Reich de deferir às demandas brasileiras, fazendo com o que o alinhamento brasileiro com os EUA se torne tradicional, ainda que por barganha.
Com a ascensão do presidente norte-americano Roosevelt, há mudanças no quadro de relacionamentos e interesses políticos, Roosevelt propôs a política da boa vizinhança, buscando um alinhamento do hemisfério.
No decorrer da década de 1930 assinam-se novos acordos,