Resenha de "A mulher Wayana, seus espaços de transformação e fabricação" de Lucia Hussak van Velthem

Nesse texto a autora tem por objetivo principal descrever a constituição de uma aldeia, salientando os diferentes espaços femininos e as suas mais importantes fabricações, para tanto, se faz necessário que saibamos brevemente quem são os Wayana.

Os Wayana são um povo indígena de língua Karib, que habitam a região de fronteira entre o Brasil, o Suriname e a Guiana Francesa, no ultimo senso do IBGE eles somavam um pouco mais de 300 habitantes. A autora vai desenvolver esse texto baseada nas pesquisas de campo efetuadas em uma comunidade habitante da bacia do rio Paru de Leste, ao norte do Estado do Pará.

As aldeias estão localizadas nas margens do rio Paru ou em ilhas inundáveis geralmente próximas a corredeiras e lajeiros. Os espaços de aldeamento se distribuem como se fossem círculos concêntricos, como a autora aponta no texto na pagina 51 “(...) o circulo masculino, o centro do terreiro, o terreiro, o arco das residências, as áreas periféricas que englobam os quintais e os portos”.

Essa área periférica, fica entre as residências e a “casa de forno” que funciona como uma cozinha, esse espaço vai formar o território domestico, onde será o local de trabalho das mulheres no que tange a maioria das manufaturas pertinentes às mulheres casadas, onde serão executados todos os objetos que não são submetidos a restrições, nem são tão específicos , como a produção de alimentos ou a confecção de redes. Vai ser nesse espaço que as mulheres vão efetuar a transferência de um artefato concluído para seu destinatário, sempre um parente próximo, como um filho.

Nas aldeias, vive o grupo local, composto por um chefe de família, suas esposas, seus filhos solteiros – lembrando que os Wayana são matrilocais – e as famílias nucleares de suas filhas casadas e ainda outros agregados.

A maioria das aldeias possui uma casa cerimonial, denominada tukuxipan, que ocupa o centro do terreiro, nas suas proximidades se efetiva a roda masculina, entre essa roda e as habitações