Resenha de "padroes diferenciados das principais regioes cafeeiras"
NELSON MACHADO PINHO JUNIOR
RESENHA DE CANO, WILSON. (1985). "PADRÕES DIFERENCIADOS DAS PRINCIPAIS REGIÕES CAFEEIRAS (1850-1930)".
REVISTA DE ESTUDOS ECONÔMICOS, SÃO PAULO, 15 (2): 291-306, MAIO/AGO.
Trabalho apresentado ao professor Anderson Pires como requisito parcial para aprovação na disciplina de História de Minas Gerais, do Instituto de Ciências Humanas, da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Juiz de Fora
2013
“Padrões diferenciados das principais regiões cafeeiras (1850-1930)”, de Wilson Cano, busca apresentar as razões para as diferentes formas de crescimento e transformação socioeconômica das principais zonas de produção de café no Brasil, entre 1850 e 1930.
O texto destaca fatores essenciais, que existiam ou foram desenvolvidos, para o sucesso da cultura do café: existência de uma burguesia de posse de capital-dinheiro, terras aptas ao cultivo, mão de obra e demanda para o produto. A Partir da vinda da família real (1808) é reforçado o surgimento de uma burguesia nacional apoiada pelo Estado, e esta é quem promove o cultivo de café no país.
Em análise da produção de café no Vale do Paraíba fluminense, o autor se refere ao fato de ser exclusivamente escravista, como o próprio “atestado de óbito” da região, afinal, com o fim do tráfico de escravos, o custo dessa forma de trabalho se elevava intensivamente e agravava questões como a produção de outros gêneros alimentícios.
A ausência de um sistema financeiro tratou de abreviar a decadência da região, que mesmo inserindo máquinas de beneficiamento no processo produtivo, não poupou o Vale do Paraíba da crise econômica e financeira e posterior falência de diversos fazendeiros.
A cidade do Rio de Janeiro, por ser a capital federal na época, concentrava grande carga tributária, o que permitiu uma urbanização a ponto de se construir uma estrutura que permitisse o desenvolvimento de uma burguesia a partir do café, contudo, “as relações sociais de produção