Resenha crítica
Hobsbawm desmitifica a tese de que o quadro de crise geral equivale a uma regressão econômica.
“ Há uma grande quantidade de provas sobre “a crise geral” . No entanto, deve-se evitar a tese segundo a qual uma crise geral equivale uma regressão econômica, idéia que esteve presente em toda a discussão sobre a “crise feudal” dos séculos XIV e XV. É evidente que houve uma regressão considerável durante o século XVII.Pela primeira vez na história o Mediterrâneo deixou de ser o centro mais importante de influência econômica e política e, eventualmente, cultural, tendo se transformado em um mar estagnado e empobrecido.”( Hobsbawm, 1988, p 79)
Segundo Hobsbawm, o comércio durante a crise do século XVII sofre duros golpes, visto que as duas principais rotas do comércio internacional o Mediterrâneo e Báltico apresentaram uma diminuição do seu volume comercial.
“[ ... ] Após 1650, o Mediterrâneo, assim como o Báltico, transformou-se em uma zona que comercializava produtos locais, principalmente matérias primas para as manufaturas do Atlântico e produtos orientais, então monopolizados pelo noroeste. [ ...] “
Erik Hobsbawm argumenta que a crise geral não deve ser entendida como resultado de sucessivas guerras do século XVII, sobretudo, a Guerra dos Trintas Anos ( 1618- 1648).
“ No passado, os historiadores costumavam adotar ( ou melhor, tomar como certo) esse ponto de vista. No entanto, a crise afetou várias regiões da Europa que não tinham sido devastadas por generais e intendentes do exército. Alguns tradicionais “barris de pólvora” da Europa ( como Saxônia e os Paises Baixos) estiveram pelo contrário, em melhores condições que outras regiões mais tranqüilas.” ( Hobsbawm, 1988, p 84)
O autor adverte que a compreensão da crise do século XVII não pode ser elucidada a partir de uma