Resenha crítica
A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE POBREZA E TEMAS AFINS NO BRASIL: uma análise teórica. (Bernadete de Lourdes Figueiredo de Almeida). O texto trata de uma análise sobre o conceito de pobreza, onde é feito um estudo em diferentes épocas e sob diferentes pontos de vista. Segundo Reis (2000), embora a pobreza se constitua em uma temática tradicional das ciências sociais no Brasil, são ainda os economistas mais preocupados com esta questão. Apesar da questão da pobreza sempre ser definida à luz da economia, quem deve se preocupar mais com esta questão são os cientistas políticos, cientistas sociais, educadores, assistentes sociais, psicólogos, dentre outros. Em países como a França, esse enfoque estrutural, apesar de predominar, já há muitas produções que rompem com este sentido único, analisando formação da sociedade, relações produtivas, cultural, política, territorialização, sistema de proteção social vigente, cotidiano, família, grupo de pertinência, trabalho, entre outros. De acordo com Em Passant, a pobreza se expressou no campo do subjetivo, uma vez que eram pobres as pessoas desamparadas em decorrência das guerras. Naquela época, os clãs cuidavam dos seus membros desprotegidos. Com o advento do Cristianismo, o pobre torna-se objeto da atuação da caridade cristã, apresentando caráter privado. Na Modernidade, a pobreza se retira de forma gradativa do âmbito privado. Comparando-se com a riqueza, a pobreza significa exatamente o contrário de tudo que representa crescimento econômico, desenvolvimento, bem-estar social, etc. Certamente esta análise corresponde à realidade, pois a questão da pobreza interfere até na felicidade, devido à grande influência do consumismo na vida das pessoas. Sob o ponto de vista da economia política, cuja maior expressão é Marx, a questão da pobreza se insere na situação de classe social que vive do trabalho, manifestando-se pela exploração do trabalho