Resenha Crítica: O triste fim de Policarpo Quaresma
Barreto, Lima, 1821-1922
Triste fim de Policarpo Quaresma
Ed, FTD, 5ª edição.
O conservadorismo de uma sociedade discriminadora, perante ideais nacionalistas.
No livro, Triste fim de Policarpo Quaresma, o protagonista, Major Policarpo, é um homem totalmente ufanista. Entretanto, o livro é contrário a essa ideia nacionalista, pois mostra, principalmente, as características negativas e decepcionantes do Brasil. Logo de inicio percebe-se o desrespeito e o preconceito da sociedade perante aos ideais de Quaresma. Isso mostra que a discriminação dos pensamentos diversificados e ousados, naquele meio, era tão imponente, que mesmo um homem como Policarpo – Organizado, bem educado e bem quisto – poderia sofrê-la: “[...]Além do compadre e as filhas, a única pessoa que o visitava era um senhor baixo, magro e pálido, com um violão numa bolsa de camurça.[...]” “[...]Logo pela manhã o caso intrigou a vizinhança. Um violão em casa tão respeitável? Que seria?[...]” “Mas que coisa! Um homem tão sério metido nessas malandragens!” Quaresma aspirava conseguir fazer com que a sociedade admitisse a visão nacionalista, e como consequência, buscasse os princípios, crenças e cultura originalmente brasileiras. Tenta, até, que o tupi-guarani seja aceito como língua oficial do Brasil, pelo qual faz um requerimento à câmara, e é ridicularizado pelo mesmo. “[...]Na Câmara, o secretário teve que proceder a leitura de um requerimento singular (...) O primeiro fato surpreendeu bastante, mas aí vieram os outros e outros. (...) Todos colocaram-se a rir. No inicio, tentaram largamente disfarçar riso, mas, pelo fim, o presidente já ria, o oficial da ata já ria, o secretário já ria, todos riam. [...]” Ao adquirir o sítio “Sossego”, o Major Quaresma depara-se com a infertilidade da terra, seguida pela peste de formigas, que levam a crer que a terra brasileira não era tão fértil quanto ele pensava. Mas, ufanista como é, Quaresma acredita que o êxito na plantação não