Resenha crítica - a política: livro primeiro
Franco Jorge Mattos
O Livro Primeiro de “A Política” de Aristóteles, tratando da introdução geral, onde aborda a questão da natureza da cidade e os seus elementos, inicia a obra falando a respeito da cidade e de seus elementos específicos , onde mostra as diferentes formas de autoridade existente na sociedade da época. O autor posiciona-se, diante do assunto, dizendo que a política é essencialmente unida à moral, porque o fim último do estado é a virtude, isto é, a formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios necessários para isso. A respeito da cidade, o autor diz que “... é uma espécie de associação, e que toda associação se forma tendo por alvo algum bem; porque homem só trabalha pelo que ele tem em conta de um bem.” (p. 19, § 1). Isso resulta claramente que, se todas as associações visam um certo bem, aquela que é a mais alta de todas e engloba todas as demais é precisamente a que visa ao bem mais alto de todos; ela é denominada cidade (pólis), ou comunidade política. Aristóteles deixa bem claro que estão enganados aqueles que pensam que o governo político, de um rei, o doméstico ou de chefe de família, e o despótico sejam um só, pois os governos diferem em espécie. Na política, para conhecer as coisas compostas temos de as decompor até chegarmos aos seus elementos mais simples. Sobre os elementos constitutivos da cidade, Aristóteles mostra sua visão hierarquia da sociedade, “Alguns seres, ao nascer, se vêm destinados a obedecer; outros, a mandar.” (p. 25, § 8), onde a pólis deveria levar em consideração a natureza de cada ser, divisão que a natureza impõe. “Aquele que não se pertence mas pertence a outro, e, no entanto, é um homem, esse é escravo por natureza.” (p. 25, § 7). O autor define as pessoas pelas funções sociais, onde a mulher e o escravo possuem valor inferior na sociedade (a mulher seria a procriadora e o escravo o trabalhador). Aliás, sua visão de mulher era extremamente machista, dizendo que “O animais