Resenha crítica: ponto de mutação
(MINDWALK, 1990)
Mentes geniais
O filme Ponto de Mutação apresenta de forma muito singela uma das mais antigas formas que o ser humano tem de se comunicar: o diálogo. Nesta obra emocionante é preciso que o telespectador esteja bastante concentrado nos diálogos, pois uma simples frase perdida, e, provavelmente não se entenderá o que as personagens quiseram dizer. Também é importante o conhecimento antecipado sobre grandes pensadores, como Descartes, Newton, Bacon e também sobre termos científicos.
O gênero “Cult”, drama é exaltado de forma suave, ao mesmo tempo impactante sobre quem assiste. O desenrolar da estória nos leva a refletir sobre temas universais: a preservação da natureza, a fome mundial, até temas intimamente ligados ao caráter humano, como a solidão, o poder de tomar decisões, a sensibilidade e a racionalidade. A política segura e prática de Jack (o ex-candidato a presidente dos Estados Unidos) é duramente rebatida por Sonia, ex-física e ex- cidadã americana (como ela mesma diz), a protagonista da estória. E ainda a sensibilidade e a capacidade de formular e entender opiniões são a marca de Thomas, que simboliza o lado poético do filme, dando-lhe também um toque de humor. Essas três personalidades diferentes fazem das conversas uma mistura de argumentos contraditórios, tornando-as uma aventura através da inteligência dos três.
A estória ao se passar praticamente inteira em uma ilha isolada e contar apenas com um pequeno elenco torna o filme um prato cheio para as pessoas que gostam de concentrar-se em algo único, sem destoar. O destaque do filme é Liv Ullmann que está singular, brilhante em sua atuação como Sonia, a mulher que possui um raciocínio fascinante e uma vida, na qual o rumo foi um lugar paradisíaco.
O filme é mais voltado para o público intelectual, que aprecia longas discussões sobre assuntos científicos e sobre filosofias de vida. A química entre as personagens é, sem dúvida, a chave central que motiva todo