Resenha crítica: LEMOS, Carlos A. C. O que é arquitetura. 7ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

Resenha crítica:
LEMOS, Carlos A. C. O que é arquitetura. 7ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

Carlos A. C. Lemos, paulistano nascido em 1925, oferece a seus leitores mais uma obra que trata de arquitetura: O que é arquitetura, de 80 páginas, publicado em 1994 pela Editora Brasiliense, de São Paulo. A obra, sucinta e bem desenvolvida, é composta de 4 capítulos, assim distribuídos: A construção bela; A arquitetura ao longo do tempo; O partido arquitetônico; Arquitetura moderna.
Em seu primeiro capítulo, Lemos coloca elementos mais pessoais. Afirma que a arquitetura está sempre ligada à construção, e que as pessoas tentam achar um vínculo entre a arquitetura e a beleza. Esse raciocínio generalizado trouxe uma dúvida a respeito da subjetividade dos julgamentos sobre o que é uma construção bela, pois o conceito de beleza do autor da obra pode ser totalmente diferente do conceito de beleza dos críticos. Assim o autor divide as construções em três grupos: as levantadas segundo um critério artístivo qualquer; as erguidas sem um desejo de se fazer arte; e as contruções nascidas ao acaso.
O autor defende que a arquitetura, boa ou má, não se define pelos ornatos. Muitas edificações, embora seus autores não tivessem intenção de fazer arte, possuiam técnicos dedicados unicamente a resolver problemas práticos por meio da tecnologia disponível no momento. Trabalhos geralmente vistos como meras obras de engenharia. O melhor exemplo citado no livro é o da torre Eiffel, pois seu projeto não atendia aos conceitos “oficiais” de arte daquele tempo, e apenas satisfazia os ideais do engenheiro, ligados à geometria.
A partir da Revolução Industrial, com todas as suas novas tecnologias, surgiu uma “arquitetura paralela”, mais ligada ao racionalismo tecnicista. Visão que para alguns se tornou radical ao ponto de enxergar a beleza emanada de corretas fórmulas matemáticas. A partir disso, Lemos separa a arquitetura em duas posições: a que enfatiza o belo, desprezando o aspecto