Resenha crítica dos retornados
Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas
Disciplina: Literatura Portuguesa III
Parte 1 do trabalho
O enfrentamento daqueles que retornam
“E sobretudo, no Verão de 1974, já ninguém em Portugal pode garantir tranquilidade àqueles que por agora ainda são designados como colonos, brancos, africanistas, europeus, ultramarinos, residentes e metropolitanos, mesmo quando são negros, mulatos, asiáticos ou brancos que nunca tinham saído de África. Mais tarde vão chamar-lhes retornados. Como se estivessem sempre a voltar.”
Helena Matos1
A partir do trecho escrito por Helena Matos em seu blog, podemos abordar um tema de bastante importância: o retorno daqueles que estiveram na África enquanto algumas nações africanas eram mantidas sob o poder português. Com o crescimento da força de independência das colônias portuguesas na África e a aspiração ao poder africano, a violência extrema acabou se instaurando nesses territórios, o que fez com que os portugueses que estavam lá, retornassem à sua pátria. A luta de libertação foi desencadeada pelos movimentos nacionalistas africanos, empurrados para uma luta armada pela intransigência do regime colonial português. (CORREIA)2. Ainda sobre o retorno, Oliveira (2008) fala sobre o período em que ocorreiu.
O regresso maciço aconteceu num estreito período entre a Primavera e o Outono de 1975, com a guerra fratricida em Angola, que desencadeou a debandada geral dos portugueses, das suas famílias e, de um modo geral, de todos aqueles que com Portugal se identificavam, trazendo para Portugal Continental um número nunca determinado de portugueses. (OLIVEIRA, 2008)
Com o retorno dessa grande quantidade de portugueses, por volta de 500 mil, refugiados da África, a crise econômica que já era fato presente se agravou. Mas a grande questão que se estabelece é a de como estes expatriados vão se adequar a esse país chamado Portugal, de onde são oriundos, porém muitos deles, já eram