Resenha crítica do filme "tempos modernos"
Como na maioria de suas obras, Chaplin retrata o cotidiano da sociedade mundial com um olhar atemporal e crítico. Neste filme, mostra a luta do proletariado num sistema onde se trabalhava muito e se ganhava pouco.
A extrema diferença entre a classe oprimida e os burgueses deixa em evidência a exploração nas empresas com o advento da Revolução Industrial e, em especial, ao regime adotado após a Grande Depressão dos EUA que levou grande parte da população ao desemprego e à fome.
A troca de trabalho humano pelo trabalho de máquinas elevou o desempenho das indústrias, mas igualmente gerou demissões, insatisfação e estresse para seus subordinados.
O tema central do filme é o esmagamento sofrido pelo indivíduo num mundo racionalizado e a não sobrevivência de um espírito livre e otimista num mundo guiado pelas máquinas, pelos grandes negócios e pela opressão – da Polícia, por exemplo.
O personagem principal é Carlitos, personagem clássico de Chaplin, que ao conseguir um emprego em uma grande corporação transforma-se em líder grevista, é preso injustamente, tira vantagem da vida de presidiário e ainda se apaixona por uma jovem órfã. Tudo com muita leveza. Quase sem querer. Nos fazendo rir e chorar. Comovente, profundo e universal.
Também sutilmente, a cada nova cena, critica a modernidade e o capitalismo e nos faz refletir sobre situações tão contemporâneas de trabalho e as relações entre patrões e empregados.
O filme é um constante vai e vem como se a vida fosse o percurso de uma montanha-russa onde aquele indivíduo parece buscar seu lado mais humano, e tenta, apesar dos percalços, estimular a vida com uma pitada de loucura e uma grande porção de amor.
As cenas antológicas de Carlitos parafusando os botões do vestido de uma senhora e sendo engolido pelas engrenagens da fábrica critica fortemente o