Resenha Crítica de "A teoria da População em Marx" Viana, Nildo
Nildo Viana inicia seu artigo “A teoria populacional em Marx”, propondo a busca de Marx pela compreensão dos fenômenos como totalidades históricas e concretas, ou seja, ressaltando que não se pode desconsiderar a historicidade do fenômeno. O texto traz, ainda, a crítica de Marx sobre a teoria de Malthus, que, por sua vez, caracteriza o estudo de população como metafísica, fato isolado, sem historicidade e contexto textual.
A crítica de Marx sobre Malthus se dá na distinção de pensamentos. Enquanto o segundo defende a lei populacional fundamentada na relação entre meios e subsistência e aumento populacional, o primeiro enfatiza que “uma lei populacional abstrata só existe para planta e animal, à medida em que o ser humano não interfere historicamente”. Marx enfatiza, ainda, tratar-se de um equívoco o pensamento malthusiano, quando esse afirma que a população cresce em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética. Destaca-se que o pensamento de caráter a-histórico também incomoda Marx, pois ele acredita que cada população possui uma dinamicidade diferente e diferentes contextos históricos. Segundo Nildo, “ Marx realiza uma crítica à lei da população de Malthus e em oposição a ela irá apresentar sua própria teoria da população”. Viana enfatiza a relação entre capitalismo e população, onde Marx ressalta que o crescimento do capital ocasiona um crescimento na demanda por força de trabalho. O crescimento do capital aumenta os investimentos no mercado e a necessidade de mão de obra qualificada. Porém, Marx defende a ideia de que a acumulação de capital gera a multiplicação do proletariado, gerando a diminuição da taxa de exploração da força de trabalho e fazendo decrescer a acumulação de capital. Gerando, assim, a chamada “superpopulação relativa” que constituirá um exército industrial de reserva, que terá um papel fundamental para a acumulação de capital, pois o