RESENHA CRITICA REVISADA E ENTREGUE EM 24 10 2013
Dentro da programação da 15ª Semana de Psicologia da FEIT/UEMG e da 18ª Reunião da Sociedade de Psicologia do Triângulo Mineiro foi exibido o filme alemão “O Estranho em Mim (2008)”, dirigido por Emily Atef.
O filme tem início contando a história de um casal enamorado, apaixonado e feliz, que espera a chegada do primeiro filho. Rebecca e Julian vivendo em harmonia. São exibidas cenas normais das alegrias, preparos e expectativas de uma mulher em sua primeira gestação. Entretanto, logo após o parto, a jovem mãe apresenta sinais de depressão pós-parto. Mostra medo, insegurança e perturbação na primeira vez em que olha para o filho Lukas. Ela não o reconhece e o vê como um estranho. Neste instante instala-se uma dissonância.
Ainda na maternidade, quando o bebê se “recusa” a mamar, a depressão se aprofunda e a relação mãe-filho fica cada vez mais tensa, estendendo-se, no decorrer do filme, para sua relação com o marido, que também é rejeitado. A protagonista demonstra muito bem sua angustia e mal consegue disfarçar o incomodo que o filho lhe causa, não conseguindo segurá-lo no colo, olhá-lo ou mesmo falar sobre ele.
A partir daí, podemos observar fatores que aprofundam sua depressão, a mãe que não pode estar junto dela, pois está cuidando de um padrasto doente, e o marido que, envolto com o trabalho, quase nunca está presente em casa. Resta à personagem um abandono solitário, forçado, junto ao filho que ela não sente como parte de si mesma, mas como uma faticidade.
Some-se a isso, o despreparo para cuidar de um recém-nascido, normal em toda mulher que tem seu primeiro filho, e os descontroles hormonais e físicos provocados por uma gravidez e um parto, que geram conflitos, dúvidas e movimenta muita angústia: como se sua essência deixasse de preceder sua existência, como se deixasse de existir e passasse apenas a ser.
A cena da tentativa de voltar ao trabalho é uma das mais marcantes; nela o olhar do filho a incomoda