Resenha Compaixão
Milla Maia Bittencourt
Compaixão, livro de 156 páginas, publicado originalmente em 2008, é escrito por Chloe Anthony Wofford, mais conhecida como Toni Morrison, nascida na cidade de Lorain, em Ohio, nos Estados Unidos, no dia 18 de fevereiro de 1931; Formada em inglês pela Universidade Howard e com mestrado também em inglês pela Universidade de Cornell, começou a escrever ficções em 1970 e foi a primeira escritora negra a receber o Prêmio Nobel de Literatura em 1993 por escrever romances que relatam a condição da mulher negra no cenário dos séculos XIX e XX. Recebeu também o National Book Critics Circle Award e o Pulitzer. Compaixão conta de uma forma confusa (revesando o tempo verbal em presente e passado), a trajetória de Florens, uma escrava negra, que ainda pequena é entregue ao fazendeiro anglo-holandês Jacob Vaark, com a consciência de sua mãe - fato que a traumatiza durante toda sua vida- como parte do pagamento de uma dívida. Assim, Florens cresce na fazenda de Vaark ao lado de Lina, uma escrava de origem indígena e que desde o primeiro momento se torna superprotetora tendo uma relação muito próxima com ela; de Sorrow, outra escrava negra, com distúrbios mentais e que está grávida; e Rebekka Vaark, mulher de Jacob que sofre com a perda de todos os filhos que gerou e que mais tarde sofre com a perda de seu marido, que morre de varíola, fato que contribui no afastamento dessas quatro mulheres. O livro é narrado por duas vozes que se intercalam: uma em terceira pessoa e outra em primeira pessoa. A voz em terceira pessoa, narra a trajetória e os pensamentos de cada personagem e seus laços com Florens; a voz em primeira pessoa além de ser superinteressante e detalhada, passa emoção ao leitor, pois é o momento em que Florens narra o “abandono” de sua mãe, seu amadurecimento ao lado dessas três mulheres (Rebekka, Lina e Sorrow) e sua viagem em busca do ferreiro, homem negro e livre por quem é apaixonada e que