Resenha Catarina Costa

Universidade Federal de Santa Catarina
Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Departamento de Antropologia

Relações de Género
Catarina Isabel Moreira da Costa
Resenha do artigo “Pânicos morais e controle social –reflexões sobre o casamento gay”, de Richard Miskolci, in cadernos pagu (28), janeiro-junho de 2007:101-128
O artigo “Pânicos morais e controle social- reflexões sobre o casamento gay”, de Richard Miskolci, explica numa primeira parte o que são pânicos morais e quais os seus impactos no controle social, e numa segunda parte aborda o impacto dos pânicos sociais na homossexualidade, referindo em detalhe o casamento gay.
Se no nosso passado, fomos marcados pelo poder disciplinar tão bem descrito por Foucault, hoje em dia esse poder prevalece, como controle e de uma forma camuflada. As conquistas como o movimento anti-psiquiátrico, a despatologização de certos comportamentos assim como sua descriminalização são resultado desse processo de substituição da disciplina pelo controle. Em vez de se tratar ou prender, a sociedade encontra meios de controlar aqueles cujos estilos de vida supostamente ameaçam a normalidade social. Os pânicos morais surgem, assim, como fenómenos privilegiados nesta nova ordem do poder, originando sempre discussão sobre o controle social, tornado numa forma de comportamento.
Stanley Cohen, explicou que um tipo de comportamento ou uma categoria desviante são considerados como pequenos desvios da norma, seram julgados e recebem uma forte reação coletiva, adquirindo uma forte adesão social. Assim Cohen, criou o conceito de pânicos morais para caracterizar a forma como a mídia, a opinião pública e os agentes de controle social reagem a determinados rompimentos de padrões normativos. O conceito de pânico moral permite compreender como os processos sociais são marcados pelo receio e pela pressão originados pela mudança social. Este conceito associado a outros de muitas áreas, como desvio, crime, comportamento coletivo, problemas e movimentos