Resenha Caso Glória-Perls
O caso Glória apresenta-nos um pouco mais sobre a abordagem de Fritz Perls (1893-1970), denominada Gestalt Terapia, a qual “trata-se de uma abordagem natural e universal, que pode convir a pessoas de todas as idades, de todos os níveis, de diversas culturas e nas diversas situações”. (Ginger, 2007, p. 19)
Ginger (2007) explica que “ela se dirige não somente a pessoas que sofrem de distúrbios psíquicos, físicos ou psicossomáticos, catalogados como patológicos, mas também a pessoas em dificuldades diante dos problemas existenciais (...), a toda pessoa que busca um melhor desabrochar do seu potencial latente”. (p. 19)
No início do vídeo, Perls relata algumas das características desta abordagem, como trabalhar com o óbvio, tratar o que está mais evidente e na situação que nos encontramos, colocando assim uma ênfase no aqui-e-agora. Corroborando esta ideia, Fadiman e Frager (2004) apontam que “a abordagem gestaltica não vasculha o passado em busca de lembranças de traumas, mas pede ao paciente simplesmente que se preocupe em tornar-se cônscio de sua experiência presente”. (p. 76) Tal princípio torna-se evidente nos momentos em que o terapeuta chama a atenção de Glória para seus movimentos e gestos e, também, quando a faz dar-se conta e refletir sobre o que estava de fato sentindo. Quando ela trouxe que o sentimento que lhe ocorria era o mesmo que sentira na infância, Perls a questionou se ela era uma menininha, assim trazendo-a para o presente, para dizer como se sentia naquele momento e não falar de sentimentos que eram invocados por situações passadas.
Fritz também aponta que qualquer fuga para o passado ou para o futuro é entendida como uma resistência ao encontro que se dá naquele momento e delimita o objetivo desta abordagem como sendo o de proporcionar que o paciente recupere seu potencial perdido e integre suas polaridades em conflito.
Tanto as resistências como as polaridades são visíveis no caso de Glória, a primeira pode