Resenha carvalho, tarcísio motta de. “inimigos do progresso”: dominação de classe e resistência camponesa na primeira república: a guerra sertaneja do contestado. in: motta, márcia & zarth, paulo. formas de resistência
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RESENHA: CARVALHO, Tarcísio Motta de. “Inimigos do Progresso”: Dominação de Classe e Resistência Camponesa na Primeira República: a Guerra Sertaneja do Contestado. In: ___ MOTTA, Márcia & ZARTH, Paulo. Formas de Resistência Camponesa: Visibilidade e resistência e Diversidade dos Conflitos ao Longo da História. Vol 1. (História Social do Campesinato no Brasil). São Paulo: UNESP/Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, NEAD, 2008, pp. 281-304.Em seu artigo “Inimigos do Progresso: Dominação de Classe e Resistência Camponesa na Primeira República” o autor Tarcísio Motta de Carvalho analisa o conflito sertanejo ocorrido em agosto de 1912, e que perdurou pelos três anos seguintes no sul do Brasil, conhecido como Guerra do Contestado. De acordo com o autor na revolta estavam envolvidos de um lado os posseiros da região, que por motivos econômico-sociais estavam sendo privados do direito do acesso à terra através da posse, prática comum desde o século XIX. Ele aponta que a associação entre a perda do acesso à terra e a ascensão ao poder do governo Republicano criou nestes sertanejos um sentimento de revolta ante a situação da expulsão dos posseiros em detrimento de benefícios concedidos às companhias estrangeiras que se estabeleceriam na região. Do outro lado figuravam os coronéis e o governo Republicano, acusado pelos posseiros de os impedirem de terem acesso às terras. O estopim do conflito fora o ajuntamento dos sertanejos em torno de um monge chamado José Maria que juntamente com os caboclos formaram vários redutos, que eram as comunidades em que viviam, para dar continuidade à guerra. Partindo desses pressupostos Carvalho procura em seu artigo responder alguns questionamentos, de modo a entender a relação dos posseiros com as terras, que no início do século XX tomaram novos contornos devido à instalação na região do Contestado de duas concessionárias estrangeiras – a Brasil Railway, responsável pela construção da estrada de ferro que ligaria São Paulo