Resenha - Autonomia e Interdependência nas Relações Internacionais na América Latina
Maria Susana Arrosa Soares
Resenha
Maria Susana Arrosa Soares, graduada pela UFRGS e doutora em Estudos Latino-Americanos, pela Universidade Nacional Autonomia de México, em seu artigo intitulado “Autonomia e Interdependência nas Relações Internacionais na América Latina”, procura apresentar o entrelaçamento entre os contextos históricos e o grau de aplicação de teorias, conforme sua capacidade de explicar o contexto em que se insere.
A autora parte da premissa de que os contextos históricos moldam a formação das teorias, ou seja, o surgimento de novas e obsoletas ao contexto. Para tal, ela se utiliza do histórico de transformações na América Latina, tanto de âmbito interno como externo, para mostrar como elas influenciaram no surgimento e obsolescência de teorias de autonomia e de dependência no decorrer do século XX.
Segundo ela, as principais teorias utilizadas ao longo do tempo para explicar os fenômenos supracitados foram as teorias da modernização, da dependência, cepalina, do desenvolvimento e da autonomia.
Ela apresenta que após a Segunda Guerra Mundial, os países da América Latina se pautava por um anseio pela autonomia em resposta a sua condição de dependência material dos países desenvolvidos. Utiliza-se do conceito de Juan Carlos Puig para definir essa autonomia desejada, segundo o qual se tratava da “[...] capacidade da nação para optar, decidir trabalhar por si mesma” e também “a máxima capacidade de decisão própria que se pode obter, tendo em conta os condicionamentos objetivos do mundo real” (PUIG,1969).
Todavia, tais países, a despeito de seus fortes laços de dependência com os países desenvolvidos se deram conta do alto custo que o projeto de autonomia acarretaria e perceberam que a saída da condição de dependência de forma isolada não seria viável. Nesse período ganhou força a ideia de interdependência, ou seja, de que a saída da condição de dependente só se