Resenha as origens da ética ocidental
As origens da Ética Ocidental
No capítulo As origens da Ética Ocidental, o autor Angelo Vitório Cenci discute o paradoxo que envolve o surgimento do conceito ético no ocidente. Em um primeiro momento, em A Consciência Moral na Tragédia Grega, Cenci discute sobre o pensamento, gerado ainda na Grécia antiga, acerca da consciência moral. Segundo ele, agir implica sempre em correr riscos, ou seja, possibilidade de errar, e todo erro exige expiação, reparação (p. 15). Por este motivo, retrata que a ação mesmo irresponsável e com consequências inesperadas gera a possibilidade de um indivíduo, pela consciência moral, usufruí-la. A evolução da consciência moral é retratada, segundo Cenci, parte do princípio, na tragédia grega, de que o homem contextualizava-se como deuses, na tentativa de igualar-se a eles. Assim sendo, o homem ultrapassava os seus próprios limites e ao mesmo tempo, os excessos praticados refletem sobre a moral, já que deve existir um equilíbrio entre os princípios e interesses em jogo.
Se não bastasse, em Platão e a Justiça como Virtude Suprema, o autor remonta as ideias de Sócrates pelo fato de que, segundo Platão, os valores são apresentados primeiramente, como bens ou valores que pertecem aos deuses, e segundo, os que estão relacionados à alma. Vale ressaltar que pelas ideias dos filósofos, a alma é a parte superior melhorada do homem. Ainda assim, Platão mostra consistentemente, não apenas que a justiça é útil socialmente e superior à injustiça, mas que é um bem em si para a alma que a possui (p. 22).Em A Concepção Aristotélica da Ética: as virtudes morais e o agir, Aristóteles foi o responsável pelo novo rumo dado ao quesito ética. Segundo ele, a alma seria dividida em duas partes: uma racional e outra irracional. Das duas originam-se as virtudes morais que referem-se ao caráter, e as intelectuais, que se vinculam à razão (p. 24). Diante disso, o ato de fazer escolhas é um ato consciente, isto é, previamente calculado. Em decorrência