Resenha - Aqueles Cães Malditos de Arquelau
Pessotti constrói seu texto apontando as relações entre o espírito humano e o saber, demonstrando como a descoberta (principalmente seu processo), a ciência, o saber, são frutos das paixões e da intempestividade do espírito humano. Neste sentido, a erudição apresentada aqui não serve per si: mas sim enquanto ação humana, fruto do gênio humano, que se constrói e se destrói durante a história de maneira continua. Deste modo, o ser humano se afirma e se nega, criando preposições para logo serem refutadas, em busca de uma verdade impossível, mas que de alguma maneira é vislumbrada de relance no trabalho intelectual. O erudito deste modo é um privilegiado, pois se permite mergulhar na alma humana em busca de seus intentos e fracassos.
Aqui não existe espaço para a hipocrisia da negação da importância do saber e do conhecimento: a “idéia” é tomada por base da sociedade (por idéias, se mata, se destrói, se constroem civilizações, se escraviza), tornando o desenvolvimento do saber (e a composição de “idéias” de saber) um processo intrínseco ao desenvolvimento do homem. Pessotti transforma a busca pelo saber em uma epopéia apaixonante, onde a cada descoberta, segue-se