Resenha Antropologia E Direito
Δίκη
vol. 1, nº 1 (jan/jul 2011)
RESENHA
ANTROPOLOGIA E DIREITO
ROULAND, Norbert. Nos confins do direito: antropologia jurídica na modernidade. Tradução de Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão. São
Paulo: Martins Fontes, 2008, 407 páginas. ISBN: 9788533624108.
Edilson Baltazar Barreira Júnior
Mestre e Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará – UFC
Professor na Escola Superior da Magistratura do Estado do Ceará – ESMEC
Pesquisador do Núcleo de Estudos em Religião, Cultura e Política da UFC edilsonbarreira@yahoo.com.br 1
REVISTA ELETRÔNICA DÍKE
Δίκη
vol. 1, nº 1 (jan/jul 2011)
O livro de Rouland vem suprir uma lacuna que há muito existia no mundo acadêmico brasileiro, isto é, uma obra que possibilite um passeio pelas questões fundamentais na articulação entre antropologia e direito.
O autor é professor na Universidade de Aix-Marseille III, França, lecionando antropologia jurídica e história do direito. Elaborou diversos trabalhos etnográficos a partir de pesquisas realizadas na Groenlândia, no
Ártico canadense e na África negra, buscando estudar os mecanismos regulatórios das sociedades tradicionais.
A obra é dividida em seis capítulos e a conclusão. No primeiro, intitulado de As brumas do direito, o autor descreve o percurso pessoal e como foi atraído aos estudos de direito, em especial, a história do direito, além das obras de etnologia. Portanto, uma combinação que o levaria a condição atual de antropólogo do direito. Nessa parte do livro, Rouland convida os leitores a uma viagem pela antropologia jurídica. Pontua como objetivo, o estudo dos sistemas jurídicos criados pelas sociedades humanas, sem a eleição de uma específica. Assevera ainda, que qualquer tipo de sociedade humana conhece o direito, mesmo que o seu conteúdo venha a variar, bem como, cada uma delas não confere a mesma relevância à regulação jurídica.
O segundo capítulo é historiográfico, o que fica evidente no título: o direito tem histórias. O