A LENDA DO DIABO NA GARRAFA
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Segundo o que me contou seu Joaquim, numa dessas belas noites de outono, os caboclos que viviam na região mineira do Vale de São Francisco, chamavam de famaliá um diabinho preto, que se conservava preso dentro de uma garrafa. Quem estivesse precisando de dinheiro era só pedir ao diabinho que o dinheiro aparecia na hora.
Se por acaso um caboclo estivesse necessitando de um dinheirinho e quisesse aprisionar um famaliá, usava a seguinte receita:
Matava um gato preto e tirava-lhe os dois olhos. Punha cada olho dentro de um ovo de galinha preta e enfiava os ovos dentro de esterco de cavalo, que ainda estivesse quente. Depois o caboclo ia todo dia até perto do monte e dizia: "Ó, diabão! Eu te entrego estes dois olhos de um gato preto para que me sejas favorável nesta apelação: Que deles nasçam dois diabinhos para eu cria-los dentro de uma garrafa e me darem dinheiro na hora da precisão".
Dizia isso durante trinta dias. Ao fim desse tempo, nasciam dois diabinhos, na forma de pequeno lagarto. O caboclo apanhava os diabinhos, colocava-os dentro da garrafa e os alimentava com pó de ferro ou aço moído (Bombril). Aí era só pedir dinheiro em qualquer quantidade, que aparecia na hora.
Conclui seu Joaquim que, embora essa tradição fosse muito combatida pelos religiosos, era muito comum comprar nas feiras, principalmente nordestinas, garrafas com o famaliá. ®Sérgio.
A LENDA DO SOL E DA LUA
Dizem que em tempos que já se foram, o Sol e a Água eram grandes amigos e viviam juntos na terra. O Sol costumava visitar com frequência a Água, mas ela nunca retribuía suas visitas.
Um dia o Sol perguntou-lhe por que nunca o visitava. A água respondeu que a casa do Sol não era suficientemente grande e que, se ela o visitasse com todo o seu povo, o próprio Sol acabaria ficando fora de casa. E completou dizendo:
— Se você faz questão de minha visita, vai ter de construir uma casa bem grande. Mas vou logo avisando que