Republica Velha
I – APRESENTAÇÃO
Entende-se por República Velha o período da História do Brasil que vai da Proclamação da República, em 1889, até a Revolução de 1930. Apesar da mudança na forma (República) e no sistema de governo (Presidencialista), além da adoção de uma nova Constituição (1891), mantém-se a tradição agrário-latifundiária-exportadora, com o predomínio das oligarquias rurais (coronéis) e as acentuadas disparidades sociais – quadro típico do Império, cujas origens remontam à Colônia.
Algumas alterações, porém, se fazem notar nessa Primeira República: a maior presença do grande capital, a intensificação da industrialização, a entrada mais maciça de imigrantes, a marginalização do negro e do nascente operariado, o surgimento de novas ideologias nascidas principalmente das precárias condições de trabalho nas fábricas, além de diversos choques, no campo e na cidade, que demonstram o questionamento do poder dominante.
A República Oligárquica é um arranjo de forças opostas, novas e tradicionais, em conflito: de um lado,sertanejos, operários, ex-escravos, imigrantes marginalizados e militares de baixa patente, e de outro,as forças dominantes, representadas pela aristocracia agrária, militares de alta patente e a nascente burguesia urbano-industrial.
Assim como a Proclamação da República não pode ser considerada um marco transformador das estruturas do Império, a Revolução de 1930 também deve ser entendida bem mais como uma rearticulação de novas forças, representadas pela burguesia industrial em ascensão, em convívio com as oligarquias rurais até então predominantes.
II - A CRISE DA MONARQUIA E AS ORIGENS DA REPÚBLICA A partir da segunda metade do século XIX, aproximadamente, a monarquia brasileira não responde satisfatoriamente às necessidades de transformação e aos grandes questionamentos levantados por uma parcela cada vez