Reportagens india
Na Índia, um grupo de mulheres é condenado, desde o nascimento, a uma vida de humilhações e de violência.
Um lugar do mundo onde um grupo de mulheres é condenado desde o nascimento a uma vida de humilhações e de violência. Esse lugar é a Índia, país com um sistema de divisão social bastante rígido: as chamadas castas. Quem nasce na camada mais baixa é chamado de ‘dalit’ ou 'intocável', mas o nome não significa privilégio algum. Os 'intocáveis' não têm direitos e são vítimas de todo tipo de agressão, especialmente as mulheres. Algumas chegam a ser atacadas com ácido.
Lugares onde as mulheres nascem com o destino traçado, e o destino é o sofrimento: abusos sexuais, estupros, abortos e abandonos de bebês apenas por serem meninas, mutilações e agressões físicas.
Esse é o país chamado de a maior democracia do mundo - com mais de 1,2 bilhão de habitantes -, mas que considera muitas de suas mulheres pessoas não respeitáveis.
Há um ano e meio, um caso bárbaro levou milhares de pessoas a protestar nas ruas das principais cidades da Índia. Ao sair do cinema, na capital Nova Déli, um casal entrou em um ônibus, na frente de um shopping center. Durante a viagem, ele foram espancados por seis homens. Os agressores estupraram a mulher, Jyoti Singh, de 23 anos. Os dois foram jogados do ônibus em movimento e, 13 dias depois, Jyoti morreu.
A sociedade indiana é dividida em castas, grupos em que o filho herda a condição social dos pais. Quanto mais alto na pirâmide, mais direitos a pessoa tem. Mas a maior parcela da população, a base, é formada pelos dalits: os intocáveis. São mais de 160 milhões de pessoas - quase um Brasil inteiro - sem direitos. E dentro das outas castas, os homens têm poderes que elas não têm.
Para mostrar o problema de perto, a jornalista Radha Bedi - uma inglesa de origem indiana - foi até Nova Déli. Radha encontra casos de violência contra os dalits todos os dias.
“Os jornais estão