Reparação tecidual
Regeneração e Cicatrização
I- INTRODUÇÃO
A compreensão do processo de reparação tecidual tem aumentado dramaticamente na última década. Aproxima-se uma época na qual o controle das complexas interações entre as células, a matriz e os fatores de crescimento será corriqueiro na prática clínica. Identificam-se três fases no processo da cicatrização: a inflamatória ou inicial, a proliferativa ou de fibroplasia, e a maturação ou remodelação. Estas fases são separadas apenas didaticamente, ocorrendo na realidade superposição e transição contínua e gradual de uma fase para outra.
A habilidade do corpo em substituir células lesionadas ou mortas e reparar tecidos após inflamação é crítica à sobrevivência. Quando os agentes lesivos danificam as células e os tecidos, o hospedeiro responde com uma serie de eventos com o objetivo de: eliminar estes agentes, conter o dano e preparar as células sobreviventes para a replicação. Este reparo do tecido danificado pode ser dividido em dois processos: a regeneração e a cicatrização.
II- DEFINIÇÃO
Regeneração refere-se ao crescimento de células e tecidos para substituir estruturas perdidas. Nos mamíferos, os órgãos e tecidos complexos raramente se regeneram após a cicatrização, e o termo é aplicado, em geral, a certos processos, como crescimento do fígado e do rim após, respectivamente, hepatectomia parcial e nefrectomia unilateral. Esses processos consistem em crescimento compensatório em vez de regeneração verdadeira. Os tecidos com alta capacidade proliferativa, como o sistema hematopoiético, os epitélios cutâneos e o trato gastrointestinal, renovam-se continuamente e podem regenerar-se após uma lesão, enquanto as células-tronco desses tecidos não forem destruídas.
Cicatrização é, em geral, uma resposta tecidual a um ferimento (comumente na pele), a processos inflamatórios nos órgãos internos e a necrose celular em órgãos incapazes de regeneração.
Nessa definição abrangente de