René Descartes Meditações 1 e 2
A obra de René Descartes, meditações 1 e 2 são levantadas duas questões principais que são: a de Deus e da alma. O autor diz parecer impossível persuadir os infiéis de religião alguma, se “primeiramente não lhes provarem essas duas coisas pela razão natural.” Reitera a existência de um Deus, e que precisamos acreditar Nele, pois isto é ensinado nas Santas Escrituras, e que é preciso acreditar nas Santas Escrituras, porque elas vêm de Deus. Entretanto, não se poderia propor isto aos infiéis, que poderiam imaginar o erro lógico do “círculo”. Ainda segundo o autor, a principal razão que concretiza o pensamento dos ímpios é o fato de que ninguém até hoje pôde demonstrar a existência de Deus ou da alma. Apesar de ele não concordar com essa opinião, ao analisar obras de diversos autores sobre o mesmo assunto, considera outras demonstrações plausíveis, quando bem entendidas. Em torno disso, faz uma comparação com a geometria, no seguinte trecho: “Todavia, quaisquer que sejam a evidência e a certeza que encontro em minhas razões, não me podem persuadir de que todo mundo seja capaz de entendê-las. Mas, assim como na Geometria, há muitas delas que nos foram deixadas (…), que são acolhidas por todo mundo como certas (...)”.
Na primeira meditação, primeiramente, Descartes coloca a questão dos sentidos humanos. Ainda que estes nos enganem às vezes, é através deles que temos certeza de muitas coisas, como por exemplo, reconhecer a existência de nossos membros, de nosso corpo. Mas, se supusermos que estamos adormecidos, e que “abrir os olhos”, “mexer a cabeça”, entre outras ações, são falsas ilusões? Descartes diz que mesmo assim, durante um sonho, teremos a representação do que é real, nos provando a existência destas ações. A partir disso, propõe uma comparação entre as ciências, ao dizer que a Física, a Astronomia e a Medicina são duvidosas, incertas, dependem de muitas considerações; enquanto que a Aritmética e Geometria tratam de coisas mais simples, gerais,