RENASCIMENTO NA ITALIA JANSON
JANSON - História da Arte
Graças a investigações recentes ficamos a conhecer melhor as circunstâncias especiais que ajudam a explicar a gênese do novo estilo, precisamente em Florença e no início do século XV - o quattrocento, para os Italianos. Por volta de 1400, o Estado florentino enfrentava unia séria ameaça à sua independência. O poderoso Duque de Milão tentava dominar toda a Itália e já tinha subjugado as planícies da Lombardia e a maior partes das cidades-estados da zona central. Florença constituía o único obstáculo sério à sua ambição: a cidade opôs-lhe uma rigorosa e bem sucedida resistência em três frentes, militar, diplomática e intelectual, e esta não foi a menos importante. Se o Duque aliciara eloquentes partidários, como um novo César que trazia ordem e paz aos Italianos, Florença, por seu lado, conseguiu ter por si a opinião pública, ao proclamar-se defensora da liberdade contra a tirania sem freios. Esta guerra de propaganda era chefiada, de ambos os lados, por humanistas, os herdeiros de Petrarca e de Boccaccio, mas os florentinos deram melhor conta de si. Os seus escritos, tais como o “Louvor da cidade de Florença". (1420-3), de Leonardo Bruni, vieram pôr de novo em foco o ideal petrarquiano dum renascimento dos Clássicos. O humanista, falando como cidadão de uma república livre, pergunta por que razão, de todos os Estados da Itália, só Florença fora capaz, de desafiar o poder superior de Milão, e encontra a resposta nos méritos das instituições, das realizações culturais, da situação geográfica, do espírito do povo e até das raízes etruscas da sua pátria. Não deveriam os Florentinos assumir o mesmo papel de chefia política e intelectual que coubera aos Atenienses no tempo das Guerras Pérsicas? O orgulho patriótico e o apelo à grandeza implícitos nesta imagem de Florença como a "Nova Atenas" devem ter despertado um profundo