Religião no RS
Na opinião do professor Carlos Steil, o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro que mais assume o pertencimento às religiões afro
Por: Graziela Wolfart
Ao falar sobre a questão religiosa no estado do Rio Grande do Sul, o professor Carlos Steil, em entrevista por telefone para a IHU On-Line, afirma que “uma característica própria do ser gaúcho é um certo posicionamento mais firme em termos da identidade religiosa”. Para ele, é uma característica do povo gaúcho a clara definição do seu pertencimento religioso. Ao falar sobre as peculiaridades das principais religiões do estado, Steil dá sua opinião sobre a missa crioula quando considera que “temos, de um lado, uma estereotipação do que é ser gaúcho, que aparece numa linguagem, numa estética, numa forma de se posicionar no mundo. De outro lado, a missa crioula que se organiza como um ritual que se apropria destes estereótipos próprios do gaúcho e dá uma forma litúrgica a isto. Mas não acho que seja algo de raiz em termos culturais. Não atinge a raiz do que seja a experiência do gaúcho”.
Carlos Steil é doutor em Antropologia Social, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez o pós-doutorado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Também é mestre em Teologia, pela PUC-Rio, e em Educação, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). Entre suas obras, citamos O sertão das romarias. Um estudo antropológico da Romaria de Bom Jesus da Lapa – Bahia (Petrópolis: Vozes, 1996), Globalização e religião (Petrópolis: Vozes, 1997) e Cotas raciais na universidade (Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2006). Steil esteve na Unisinos em maio de 2007, participando do Simpósio Internacional O futuro da autonomia. Uma sociedade de indivíduos?, com o minicurso “Os novos movimentos religiosos e a sociedade de indivíduos”. É autor do Cadernos IHU Idéias número 93, intitulado A religião na sociedade dos indivíduos: transformações no campo religioso brasileiro.
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