religia fe e razao
O que irás aprender neste capítulo?
Neste capítulo vais estudar a natureza de Deus e alguns dos argumentos (argumentos ontológico, cosmológico, teleológico e moral) com que filósofos e teólogos têm procurado provar a sua existência.
O que é a filosofia da religião
Chegámos agora ao âmago da investigação filosófica sobre a religião. É costume chamar filosofia da religião a esta área da filosofia. O seu objectivo é investigar por processos estritamente racionais as crenças religiosas fundamentais, com o fim de determinar o seu significado e de saber se estão justificadas.
Embora sejam várias as crenças que interessam à filosofia da religião, a crença mais importante é a crença na existência de Deus. A respeito desta crença existem dois problemas principais:
1) o problema da definição de Deus, isto é, o problema de saber se é possível fazer uma descrição coerente dos atributos normalmente afirmados de Deus; e
2) o problema de saber se há boas razões para afirmar que Deus existe.
Iremos falar destes dois problemas em seguida, embora a nossa atenção se vá centrar no segundo. De modo geral, entende-se que uma crença está justificada quando as evidências a seu favor provam sem margem para dúvidas ou mostram que é bastante provável que essa crença seja verdadeira. Um exemplo ajudar-te-á a perceber a ideia. Imagina que um astrónomo comunica à comunidade científica que as suas investigações o levam a pensar que existe um planeta, até então desconhecido, entre Neptuno e Plutão. O astrónomo que faz esta afirmação pode ser muito reputado, mas é óbvio que nenhum outro astrónomo a vai considerar verdadeira a menos que ele a justifique. Os outros astrónomos vão querer saber que evidências tem ele a favor dela e só a considerarão verdadeira se essas evidências forem tais que provem de forma cabal ou que mostrem ser bastante provável que ela é verdadeira. Em princípio, o astrónomo pode utilizar dois tipos