relevo
Figura 5: Relevo de Santa Catarina
Fonte: Elaborado por Eduardo Baptista Lopes (2009), baseado no Atlas escolar de Santa Catarina (1991)
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Em Santa Catarina, as próprias condições naturais dificultam o contato entre o litoral e o planalto, pois além das Serras do Mar e Geral, não existem rios que cortem o estado no sentido leste-oeste colaborando para o isolamento das duas correntes de povoamento: a vicentista, açoriana e madeirense do litoral e a paulista do planalto, responsáveis por um desenvolvimento econômico, de certa forma independente das duas regiões, até a chegada dos imigrantes europeus no século
XIX que provocou uma nova dinâmica sócio-espacial (BITTENCOURT, 1999).
A imigração européia (alemães, italianos e eslavos) ocorreu graças às novas circunstâncias que se colocavam em meados do século XIX, após a independência do Brasil, exigindo do governo imperial estratégias para a ocupação de enormes áreas do interior. Ao mesmo tempo, a Europa vivenciava grandes mudanças internas, provocadas pelo avanço das relações capitalistas de produção, responsável pela expropriação camponesa e por diversos movimentos políticos.
Muitas empresas européias tinham interesse nas riquezas produzidas pelas colônias e desenvolveram sistemas de transportes, considerados sofisticados para a época, fazendo negócios que incluíam o traslado de mão-de-obra da Europa e matérias-primas de locais, como o Brasil. Este cenário foi consolidado a partir da proibição, por parte da Inglaterra, do tráfego de escravos africanos, agravando a escassez de mão-de-obra e impulsionando a opção pela imigração (SANTOS e
SILVEIRA, 2006).
No Brasil, mesmo antes da abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888, a falta de braços para o trabalho nas grandes fazendas agro-exportadoras já era sentida. A decisão de estimular a imigração européia se fortaleceu com a assinatura da lei Áurea. Os estados do sul, juntamente com São Paulo, foram os que mais imigrantes europeus