Relações intra-senhorias, forças produtivas e relações de produção na Idade Média
A economia na Idade Média, apesar de toda escassez de fontes devido ao caráter imagético da sociedade, pode ser considerada em blocos. O primeiro é caracterizado por uma retração e estagnação econômica até o século X devido a pequena produtividade agrícola e artesanal, o que acarreta em uma baixa de disponibilidade de bens de consumo e com isso uma retração do comércio. Isso ocorre devido pela produção ser muito mal mecanizada e se majoritariamente dependente do peso da mão de obra, ou seja, a força do trabalho em um cenário de depressão demográfica.
A refração demográfica, foi consequência da situação do Império Romano, o qual a população já enfrentava recuo desde o século II. Com a crescente desorganização do aparelho estatal romano se reduziu as importações de gêneros alimentícios, assim emergindo a economia de subsistência onde cada região passava a produzir o que fosse consumir. Com isso, bastava uma má colheita para que a mortalidade se elevasse rapidamente naquele local. Além disso, o retrocesso demográfico deve ser associado, acima de tudo, a intensificação de epidemias.
A depressão demográfica acarreta em uma contração da força de trabalho, logo, indicava também uma contração de rendimentos devido à baixa produção assim reforçando a pobreza. Nas palavras da historiadora DOEHAERD, R, “a fraqueza demográfica engendrava a fraqueza dos rendimentos e esta por sua vez engendrava a fraqueza demográfica, reforçando assim a causa da pobreza”¹.
Na Alta Idade Média, o principal setor econômico era o primário, tendo sua produção em sua maior parte no tipo de propriedade agrícola denominada “Domínio”. O setor secundário ressentia-se da fraqueza demográfica e da baixa produção agrícola. Também a falta de mão de obra que se limitava ao fornecimento de matéria-prima. O terciário limitava-se ao comércio, porém tanto o comércio externo (devido a supremacia da frota bizantina) quanto o interno eram limitados.