Relações interpessoias e qualidade de vida no trabalho
No Brasil, a partir da década de 90, o termo qualidade de vida passou a integrar o discurso acadêmico,a literatura relativa ao comportamento nas organizações,os programas de qualidade total,as conversas informais e a mídia em geral. O termo tem sido utilizado tanto para avaliar as condições de vida urbana,incluindo transporte,saneamento básico,lazer e segurança,quanto para se referir à saúde física,conforto,bens materiais. Embora fazendo parte do cotidiano,os parâmetros para definição do que é viver com qualidade são múltiplos e resultam das características e interesses individuais.
1-Relações Interpessoais e Qualidade de Vida
As relações interpessoais constituem o outro lado da questão. A raiva e o medo são emoções que fazem o cenário de vida no trabalho.
São sentimentos frequentemente experimentados em todos os seus disfarces e máscaras e resultam do desacerto como os erros são tratados,da desatenção às perguntas e pedidos de esclarecimento,do tratamento áspero e competitivo entre colegas,da falta de sinceridade nas relações e do abuso de poder por parte das lideranças,formais ou informais. É frequente observar-se que os chefes são tratados com deferência e cortesia,enquanto os operários,com indiferença e até descaso. Contribuições dadas por ocupantes de funções elementares são recusadas,mas a mesma sugestão vinda “de cima” é acatada e elogiada.
Mantêm-se ainda o vício de adular os “de cima”,competir com os colegas de mesmo nível hierárquico,pisar nos “de baixo”. Um século da abolição da escravatura tem se mostrado pouco no caso brasileiro. Com certeza, o fim do trabalho não remunerado e dos maus-tratos físicos não dariam lugar,de imediato,a relações justas e respeitosas. Os direitos trabalhistas constituíram um avanço nas relações patrão-empregado,porém há muito ainda a caminhar em termos do reconhecimento ao esforço do trabalhador. A valorização do ser humano,a preocupação com