Relação entre o neoliberalismo e o Estado de Bem-Estar Social
Neoliberalismo
O neoliberalismo fundamenta-se em um discurso que privilegia a esfera econômica. Sua principal vítima é o social. O mercado não reconhece sequer direitos sociais já conquistados e, com isso, sacrifica prioritariamente a população.
Por isso, o neoliberalismo, mesmo quando alardeia sucesso com a estabilidade monetária, não exibe sua outra face, que lhe é indissolúvel. O ajuste fiscal, que deveria garantir o fim da inflação e a estabilidade da moeda, faz-se à custa das políticas de educação, saúde, habitação, saneamento e cultura – enfim, das prestações do Estado que universalizam os direitos de todos, independente de classe social.
Bem-estar social
O surgimento e a constituição do estado de bem-estar (EB) acompanham a história do capitalismo do século XX, e suas distintas conformações obedecem aos distintos arranjos políticos-sociais que os países capitalistas adotaram nos seus ordenamentos sociais.
As ações estatais dirigidas ao social na época medieval limitavam-se a dar respostas pontuais e desastres naturais, pragas, epidemias etc. A assistência aos miseráveis, encontrava-se, sobretudo, a cargo das instituições religiosas. Com o surgimento de mudanças sociais introduzidas pela evolução do capitalismo, gerou-se a necessidade de introduzir medidas que evitassem processos de ruptura social. A “Lei dos Pobres”, na Inglaterra, é um exemplo das medidas impulsionadas por uma monarquia preocupada com os efeitos sociais desagregadores. Com o progressivo desaparecimento do regime feudal, e o início da constituição de um mercado de trabalho assalariado, a “proteção social” limitasse as instituições (as workhouses) que acolhiam aqueles “incapazes” de substituir no mercado de trabalho.