Relação do processo de significação de “spellbound”, de hitchcock (sobretudo o do personagem representado por gregory peck), às idéias sobre linguagem de saussure, jakobson e eisenstein. a discussão deve ser estendida à forma do filme.

1042 palavras 5 páginas
Spellbound é um filme de Alfred Hitchcock, estreado em 1945. O filme se consagrou pela utilização de uma montagem original e inventiva, que altera a maneira de se assistir a película. E também, ficou marcado por ser a primeira obra cinematográfica a expor o tema da psicanálise em seu enredo.

No filme, um homem deve se remeter a lembranças passadas e sonhos para recuperar a memória de quem ele é e descobrir o que significam os espasmos de reconhecimento que este possui de certas imagens, não possuidoras de significado comum.
É a partir desse formato, que o filme acaba por se demonstrar uma obra complexa, que se reconhece nas idéias de linguagem que autores como Saussure, Jakobson e Eisenstein, possuem.

Primeiramente, a situação do personagem principal, interpretado por Gregory Peck, remete a idealização de uma mente prejudicada por aspectos exteriores que se encontra em necessidade de se desvendar. Para isso, por meio na psicanálise, são utilizados métodos como o retorno à infância do personagem por meio de lembranças e a tentativa de compreensão de fatos marcantes na vida deste, por meio de seus sonhos.

Dessa forma, quando o filme aborda o reconhecimento que o personagem faz de determinadas imagens, associando-as a memórias, a obra passa a se reconhecer na idéias de Saussure. O autor define “a palavra é de natureza vocal ou psíquica” (SAUSSURE, Ferdinand; A natureza do signo lingüístico, em Curso de Lingüística Geral; Pág.79), ou seja, mesmo que o personagem não pudesse por em voz memórias, ainda assim, havia o reconhecimento destas. Esse reconhecimento se dava pela associação implícita que ocorria na mente do personagem e que era engatilhada por momentos marcantes da vida deste, que por sua mente, foram convertidos em imagens no momento em que houve a dificuldade de mantê-los em detalhes. Isso ocorre porque “termos implicados no signo lingüístico são ambos psíquicos e estão unidos, em nosso cérebro, por um vínculo de associação.” (SAUSSURE,

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