Relação de trabalho e teologia
O Novo Testamento confirma a visão da necessidade do trabalho, que Paulo ratifica com palavras do próprio Jesus: “Meu Pai trabalha sempre e eu também trabalho”. Afinal, de que trabalho se trata, este que o próprio Deus não cessa de executar, e que seu Filho, encarnado e andando pelo mundo, também exerce continuamente? Pode tratar-se de um castigo algo que o próprio Criador aplica sem cessar, ao preço de afadigar-se divinamente? Pode ser apenas suplício e dor, algo que o Filho contempla como sendo a atividade constante de seu amado Pai?
Neste Dia do Trabalho, vale meditar em algumas implicações da fé cristã para uma teologia do trabalho. Sobretudo em tempos onde a presença de um trabalho enobrecedor e criativo corre o risco de desaparecer, engolido por um ativismo febricitante e louco, onde o emprego tomou o lugar do trabalho e é exercido apenas para sobreviver, enriquecer e consumir, sem nenhuma conotação de criatividade, gozo ou transcendência. Há pessoas que são empurradas para executar um trabalho que as embrutece, porque senão morrem de fome. E há outras que trabalham cada dia mais para poder acumular os bens sem os quais creem não poder