relaçao estabelecida por kant entre razao a priori e a experiencia a posteriori

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Alguns filósofos (inatistas e empiristas) entendiam que o conhecimento se inicia tendo como ponto de partida a realidade. Para Descartes, a realidade inicial é o interior, o espírito, a alma humana. Para os empiristas a realidade inicial é o exterior, o mundo ou a natureza. Para Kant, o ponto de partida do conhecimento não é a realidade (nem interior nem exterior), mas sim o estudo da própria faculdade de conhecer ou estudo da razão. Ou seja, os filósofos anteriores começaram dizendo o que é a realidade (a natureza e o espírito humano), afirmando que ela é racional, e que, por isso, pode ser inteiramente conhecida pelas ideias da razão. Colocaram a realidade ou os objetos do conhecimento no centro e fizeram a razão, ou o sujeito do conhecimento, girar em torno dela.

Kant diz que os conhecimentos à priori independem da experiência e os conhecimentos advindos da experiência são a posteriori.

É o exame da razão antes sem os dados oferecidos pela experiência.

O que é a razão? A razão é uma estrutura vazia, uma forma pura sem conteúdos. Essa estrutura (e não os conteúdos) é que é universal, a mesma para todos o seres humanos em todos os tempos e lugares. Essa estrutura é inata, ou seja, não é adquirida pela experiência. Por ser inata e não depender da experiência e independente da experiência, portanto, a estrutura da razão é a priori.

Os conteúdos que a razão conhece e nos quais ela pensa, porém, estes sim dependem da experiência. Sem ela, a razão será sempre vazia, inoperante e nada conheceria. Assim, a experiência fornece a matéria (os conteúdos) do conhecimento para a razão, e esta, por sua vez, fornece a forma (universal e necessária) do conhecimento. A matéria do conhecimento, por ser fornecida pela experiência, vem depois desta e por isso, é no dizer de Kant, a posteriori.
Fonte(s):
Marilena Chauí, Ática, 1ª ed. 2012, São Paulo, Iniciação à

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