Relatório
Paulo R. Margotto
Professor do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF www.paulomargotto.com.br pmargotto@gmail.com
Muitos estudos, em medicina, são planejados para determinar se uma droga, tratamento ou procedimento novo tem melhor desempenho do que outro normalmente usado, ou seja, são feitas avaliações dos efeitos de curto prazo. No entanto também é importante a avaliação dos resultados a longo prazo, incluindo a morbimortalidade. Nos estudos de avaliação das taxas de sobrevivência entre pacientes submetidos a certos tratamentos ou a certos procedimentos, o resultado será binário-sobrevivência ou morte do paciente e o objetivo será estimar o intervalo de tempo que os pacientes sobrevivem com tipos específicos de tratamento ou em condições específicas. Na análise de sobrevivência, a variável dependente (resultado) é sempre o tempo até a ocorrência de determinado evento (já na análise estatística clássica, a variável dependente é a ocorrência de determinado evento, como cura, desenvolvimento da doença, efeito colateral). Vejam assim que na análise de sobrevivência compara-se a rapidez com que os participantes desenvolvem determinado evento, ao contrário de comparar as percentagens de doentes que desenvolvem o evento, ao fim de um determinado período de tempo. O evento final da análise de sobrevivência pode não ser somente a morte, podendo ser outro evento, como recidiva, progressão da doença, efeito colateral. Quando se fala em tempo de sobrevida na análise de sobrevivência não significa que seja necessariamente o tempo até a morte e sim o tempo até a ocorrência de determinado evento. Assim, devido à diferença do tipo de variável dependente usada, todos os métodos estatísticos que usamos normalmente na análise clássica, não podem ser usados quando realizamos análise de sobrevivência, devido à diferença do tipo de variável dependente que é utilizada. A análise clássica e